Vila Nova de Foz Côa

Cidade localizada na região do Douro, e do seu afluente Côa, Vila Nova de Foz Côa engloba dois locais Património Mundial da Unesco. A paisagem do Douro e as gravuras rupestres.
Possui uma judiaria localizada no bairro do Castelo. Após o decreto de expulsão de 1497, os judeus continuaram a residir na rua do Castelo, principal eixo do bairro.
É aqui que se localiza ainda hoje o edifício correspondente à antiga sinagoga (assim transmitido pela voz do povo) e que há séculos foi transformado na Capela de St. Quitéria (planta quadrada).
Em Freixo de Numão, outra antiga vila (desde 1372) e sede de concelho, a população judaica aumentou muito quando da expulsão de Espanha (1492). Perto do largo do Pelourinho pode ver-se a Casa Judaica, típica das construções dessa época.

Na sequência da Revolução Francesa (1789), vários emigrados judeus transmontanos em Bordéus e Bayonne pugnaram e conseguiram igualdade de direitos políticos e de voto depois consagrados na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1791). Terá sido este facto que em 1808 esteve na origem do ataque de cristãos-velhos a cristãos-novos em Vila Nova de Foz Côa quando das invasões francesas e que aconteceram sob a acusação de estes se terem aliado aos invasores. Registaram-se mais de cem mortos.
Estão identificados mais de 130 processos inquisitoriais por judaísmo contra naturais ou moradores de Vila Nova de Foz Côa, tendo decorrido entre 1541 o primeiro e 1763 o último em que já não houve sentença. Quanto a Freixo de Numão os processos são ainda em número mais elevado 156 e decorreram entre 1569 e 1764.

 

Com referências após 1541, acredita-se na possibilidade da comunidade judaica foz-coense se ter formado a partir de uma deslocação dos judaizantes para regiões aparentemente menos permeáveis à acção do Tribunal do Santo Ofício, como Vila Nova de Foz Côa, onde não existia nenhuma comuna/judiaria. Com o declínio do Tribunal do Santo Ofício os judeus foz-coenses não foram deixados em paz: novas perseguições e manifestações de intolerância religiosa sucederam.

A presença de alguns elementos judaicos no concelho confirma a tese que a comunidade judaica foz-coense se terá constituído ao longo do Séc. XVI. A Capela de Santa Quitéria é considerada uma antiga sinagoga, dada a planta quadrangular (modelo utilizado nos templos judaicos) e o tecto em estilo “mudéjar”.

Na frontaria da igreja foram identificados os Profetas Maiores (Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel), o Leão de Judá e caracteres hebraicos, os quais revelam que os judeus participaram nos trabalhos da nova fachada da Igreja como sinal de reconversão sincera ao catolicismo, tendo acrescentado outros, como os caracteres hebraicos a coroar o edifício “Escuta, Israel: Jeová, nosso Deus, é o teu único Senhor”.

As inscrições em casas de Cristãos-Novos, como a dedicatória “Louvado Seja o Santíssimo Sacramento”, demonstra o desejo de integração social e reconhecimento do novo estatuto social.

 

Contactos:
Centro de Informação Turística de Vila Nova de Foz Côa
924448312



LOCAIS A VISITAR

Rio Douro, Alto Douro Vinhateiro - Património Mundial da UNESCO
Parque Arqueológico do Vale do Côa - Património Mundial da UNESCO
Igreja Matriz (fachada manuelina)
Capela de Sta. Quitéria (provável antiga sinagoga) e Judiaria
Castelo Melhor
Castelo Velho (de Freixo de Numão)
Casa Judaica de Freixo de Numão
Castelo de Numão
Casas judaicas de Numão
 
Posto de Turismo; Av. Cidade Nova  - Centro Cultural
Telefone 279 760 329

 

 

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