Seia

Seia recebeu de D. Afonso Henriques um dos mais antigos forais portugueses, o de 1136. No séc. XIX foi o município alargado ao território dos antigos concelhos de Alvôco da Serra, Loriga, Vila Verde, Santa Marinha, Sandomil, São Romão, Valezim, Vide, Vila Cova à Coelheira e Torroselo.

A cidade de Seia, localizada em plena Serra da Estrela, destaca-se historicamente pelo trabalho da indústria da lã que, muito provavelmente foi incentivado pela presença de cristãos-novos presentes no concelho. A existência de muitos cruciformes gravados em portais por todo o actual município, não indiciando presença anterior ao decreto de expulsão de D. Manuel, parece confirmar a sediação de cristãos-novos.

Mais de uma centena de processos do Tribunal do Santo Oficio foram intentados contra naturais ou moradores de Seia. As profissões masculinas de muitos destes acusados confirmam a sua ligação ao trabalho dos lanifícios; cardadores, mercadores de panos de lã, paneiros, trapeiros e tecelões. Igualmente médicos, outra profissão característica de judeus e cristãos-novos portugueses se encontram.

Salienta-se o processo mais antigo conhecido; o de Mestre Rodrigo em 1541, físico (médico) em Seia, filho de Abraão Benaz e  Lediça ( ainda com nomes judeus ). A sua filha, nascida em 1522 também em Seia, veio a ser acusada em 1572.

 

Seia, terra de fronteira, aqui fizeram vida e história, tanto cristãos e judeus, como muçulmanos e “cavaleiros”. Pertenceram-lhe quase todos os casais que na Idade Média aqui exploravam a agricultura, a vinha e a criação de gado, ovino e caprino.

Seia foi a primeira, de uma vasta área, a ser dominada de forma definitiva pelos cristãos que fizeram dela uma praça-forte.

Será difícil, se não impossível, retratar a história do Concelho de Seia, seja ela civil, política, religiosa ou científica, sem tropeçarmos com algum eco relativo ao judaísmo. No entanto, é impossível definir uma data concreta para a presença deste povo por estas terras, pois estima-se que ainda antes da formação do reino de Portugal já existiria presença judaica. Com certezas, pode afirmar-se que foi uma presença favorável e muito contribuíram para o desenvolvimento da comunidade.

De um modo geral, a sua passagem por terras de Senna foi positiva e apesar de algumas dificuldades puderam usufruir de momentos de paz e plenitude. No período que compreende a Idade Média e Moderna este povo pôde misturar-se com o resto da população como demonstra o legado judaico deixado por este povo por toda a região, que está visível no património edificado com marcas típicas judaicas, edifícios que contam a sua história e costumes e tradições que ainda hoje estão vivas em algumas localidades.

 

O QUE VISITAR:

Zona Histórica de Seia/ Marcas Judaicas referenciadas existentes no Concelho

 

CONTATOS

POSTO DE TURISMO /238317762– RUA PINTOR LUCAS MARRÃO

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