Rede de Judiarias de Portugal

Évora

Cidade em que o centro histórico é Património Mundial da UNESCO.

Desde a idade media que Évora era a segunda cidade portuguesa e devido também a essa importância muitas vezes aqui se reunia a Corte. A Judiaria era por isso uma das maiores do país. Já no séc. XIV foi solicitada a sua ampliação.

A herança judaica de Évora está hoje patente num vasto conjunto de portais ogivais góticos que se situam bem perto da Praça do Giraldo local de uma feira anual desde 1275 (Ruas do Reimondo (Moeda, Alconchel, Palmeira entre outras), Mercadores (agora Rua da República), Tinhoso). Durante o séc. XV a judiaria chegou a ter duas sinagogas e todos os serviços inerentes a uma vasta comunidade; escola, hospital, estalagem, “ mikve” (local de banhos rituais) e mesmo aí teria existido uma gafaria (leprosaria).
        
A Biblioteca pública possui ainda hoje raridades tais como o famoso Almanach Perpetuum de Abraham Zacuto (impresso em Leiria em 1496 e traduzido então por mestre José Vizinho) e o Guia Náutico de Évora (1516), obras que contribuíram para o avanço científico que Portugal registava então sobre a Europa. Em Évora sediou-se também uma das 7 ouvidorias jurídicas (tribunais judaicos portugueses).

A cidade foi igualmente sede de um dos tribunais da inquisição em Portugal, mais precisamente o que processou mais processos de acusação por judaísmo (cerca de 9.500). O Tribunal e o Palácio do Inquisidor de Évora encontram-se defronte ao museu de Évora e nas portas, ainda hoje se pode ver o brasão de armas do Santo Oficio.

 

É no século XIV, que D. Dinis prescreve em definitivo as indicações do Concílio de Latrão, assumindo de forma plena a separação física entra a cristandade e as minorias étnicas.

Desde o reinado de D. Afonso III (que morre em 1279) que a população judaica vinha sendo transferida para bairros diferenciados. Em Évora, o primeiro registo de tal acção data de 1331, sendo citada a Judiaria Nova, por baixo da Praça Grande.

Este espaço, encaixado entre as atuais Ruas de Serpa Pinto e Raimundo, deteve inúmeros acrescentos ao longo dos seus quase 150 anos de existência, estando documentado o de 1408, quando três ruas são retiradas à cristandade para aumentar o espaço da comuna.

Enquanto bairro habitacional, tinha o epicentro na Sinagoga, que se localizaria na actual Travessa do Barão, onde hoje ainda se observa um arco com a marca da mezuzah, no topo de um quarteirão que se assumia como o verdadeiro cerne do bairro, possuindo ainda o hospital e um midrash.

A comuna teria ainda um espaço próprio para trocas comerciais, no atual Largo dos Mercadores, e estaria rodeada de uma cerca na qual existiriam quatro portas, que permitiam o acesso ao restante espaço urbano.

Atualmente, pouco resta deste antigo bairro. Estão difusas, camufladas ou mesmo inexistentes as marcas da antiga comuna judaica, que foi sendo sucessivamente descaracterizada após o Édito de Expulsão de 1496. Persiste o traçado urbano, a toponímia, e a ambiência de um espaço singular no conjunto do actual Centro Histórico. 

 

Contactos :

Posto de Turismo - Praça do Giraldo

tel.: 266777076

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