Covilhã

Covilhã

A comunidade judaica da cidade da Covilhã localizada a 20 Kms de Belmonte, foi desde o século XII e até à sua diluição, a maior e mais importante da Região da Serra da Estrela e uma das maiores e mais fortes de Portugal.

Como se pode ver na planta da cidade quinhentista, existiam, no final do século XV, pelo menos três núcleos hebraicos. Um (o mais antigo) intramuralhas junto às Portas do Sol; o segundo, na parte exterior das mesmas confinando com elas, e o terceiro corresponderia a bairros de localização perto da cidade (Refúgio – Meia Légua).

Este último (Refúgio) deverá ter o seu nome ligado a uma zona que terá sido refúgio de judeus perseguidos.  

UMA COMUNA IMPULSIONADORA DO TRABALHO DA LÃ

A importância dos membros da comunidades judaica da Covilhã ou seus descendentes pode ver-se reflectida em seis factos principais:

- A percentagem da área e da população da cidade ocupada pelos bairros judeus (cerca de 30 no final do séc. XV );

- O desenvolvimento posterior da indústria de lanifícios que teve a colaboração de imensos elementos importantes oriundos desse ramo social e étnico;

- A quantidade e qualidade de portugueses judeus ou de origem judaica covilhanense ligados à epopeia dos descobrimentos e expansão portuguesa (ver brochura "Rota dos Descobridores"), caso único em Portugal: Mestre José Vizinho, cosmógrafo de D. João II; Rui Faleiro, artífice da viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães; Francisco Faleiro, grande cosmógrafo colocado ao serviço de Espanha, autor do " Tratado del esphera y del arte del marear "; eventualmente mesmo Pêro da Covilhã, explorador e preparador do caminho marítimo para a Índia, seria de origem cristã-nova; também o famoso João Ramalho, primeiro bandeirante no Brasil, teria origem judaica covilhanense;

- O volume financeiro das rendas pagas pela comuna em fins do séc. XV (42.500 réis); 

- As referências históricas nacionais feitas em relação ao judaísmo covilhanense durante séculos e registadas desde o foral de 1186 que são constantes e diversificadas; 

- A presença numerosa dos nomes mais clássicos (embora não exclusivos) de origem cristã-nova em muitos dos actuais habitantes da cidade (ex.: Mendes, Cardoso, Costa, Pereira, Henriques, Cruz, Dias, Baltazar, Vizinho, Gomes, Ramalho, Nunes, Flores, Franco, Vaz, Pinho, Teles, Faleiro, Elias, Mesquita, Oliveira, Ranito, Benjamim etc.). 

Já no séc. XX, a terceira comunidade do país foi reestabelecida na Covilhã  (Julho de 1929) onde existiriam 6.000 Cripto-Judeus. Edificou-se uma sinagoga chamada Sha'ari kabbalah ("As Portas da Tradição"). Com a implantação da ditadura em 1932, a actividade missionária judaica entre os Cripto-Judeus diminuiu na Covilhã, assim como em todo o território nacional. 

Até ao século XX, em meados do qual foi demolido, existia o edifício da sinagoga que se situava nas cercanias da actual igreja de Santiago.

As inquirições das denúncias contra os judeus secretos ou judaizantes eram feitas nas igrejas de Santa Maria e da Madalena. A primeira é hoje visitável.

A ligação entre a parte cristã da cidade e o bairro judeu era feita através de cinco das dez portas e postigos da antiga muralha. 

 

Rota das Judiarias na cidade da Covilhã

A comunidade judaica da Covilhã foi desde o século XII e até inícios do século XX, a maior e mais importante da Região da Serra da Estrela e uma das mais fortes de Portugal.

A comunidade desta região dedicava-se fundamentalmente ao comércio e ao artesanato, mas também às atividades agrícolas, tendo sido sobretudo os impulsionadores da indústria dos lanifícios.

Na cidade existiam, no final do século XV, pelo menos dois núcleos hebraicos. Um (o mais antigo) intramuralhas, junto às Portas do Sol; o segundo, na parte exterior das mesmas, confinando com elas próximo das portas da vila envolvendo a área que abarca a Rua do Ginásio e a Rua das Flores.

Esta última caracteriza-se pela existência de vias estreitas, sem ordenamento e com espaços públicos exíguos. Os imoveis são estreitos nas fachadas e em altos, ao sabor de gostos pessoais e com acrescentos apendiculares.

Apresentando na generalidade as fachadas com características arquitetónicas judaicas, como uma porta grande e uma porta pequena, janelas desenquadradas, portas chanfradas ou ombreiras. 

Neste ultimo núcleo, atribuído tradicionalmente à comunidade judaica, salientam-se três habitações com janelas manuelinas, decoradas com motivos náuticos, duas na Rua das Flores e uma na Rua do Ginásio Clube.

Para além das áreas habitacionais ressaltam os estabelecimentos fabris, fundados por empresários cristãos novos salientando-se entre eles:

- Real Fabrica dos Panos

- Fabrica Campos Melo

- Fabrica Velha

 

Contactos: 

CÂMARA MUNICIPAL DA COVILHÃ

Praça do Município, 6200-151 Covilhã

Tlf: ( 351) 275 330 600

Geral: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.

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