Trancoso
A presença judaica em Trancoso é anterior ao século XIV, é muito provável que por altura da criação da feira de S. Bartolomeu em 1273, já vivessem aqui judeus. D. Pedro I concedeu-lhe em 1364 judiaria apartada, (…) na rua da metade da vila (…) onde sempre tinham vivido (…), no entanto em Trancoso, os judeus eram proprietários de várias casas noutras ruas. Eram muitos e ricos, para além de sapateiros, mercadores, tecelões ou alfaiates, emprestavam dinheiro, eram proprietários e viviam também do arrendamento de habitações. Alguns tiveram privilégios do rei como foi o caso de David Borcas servidor de Gonçalo Vasques Coutinho, alcaide-mor de Trancoso que foi dispensado do exercício de cargos comunais.
No século XV, os judeus de Trancoso pediram ao rei D. João II a ampliação da sinagoga devido ao aumento populacional. E no século seguinte eram a comunidade mais numerosa da Beira Interior, nesta altura viveriam aqui mais de quinhentos judeus. Após a implementação da Inquisição em Portugal (1536), talvez pelo caracter messiânico que os cristãos-novos deram às Trovas do Profeta Bandarra, natural desta terra, em 1543 o Santo Ofício entrava em Trancoso e espalhava o terror entre os cristãos-novos.
O património judaico de Trancoso manifesta-se através da documentação escrita, nos usos e costumes, mas também no aspeto material, com a Casa do Gato Preto ou Leão de Judá, o Poço do Mestre, e alguns elementos arquitetónicos com interesse, inscritos nos imóveis do Centro Histórico. Este legado justificou a construção do Centro de Interpretação da Cultura Judaica Isaac Cardoso e com a Casa do Bandarra.
Posto de Turismo 271811147
Casa do Bandarra 271817176
Galeria de Imagens
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