Rede de Judiarias de Portugal

Idanha - A - Nova

Idanha - A - Nova

Este grande município da Beira Baixa raiana (1.400 km2) herdou o território de vários antigos concelhos que foram extintos já no séc. XIX. Assim sendo, era natural que, em 1492, quando da expulsão dos judeus de Espanha muitos refugiados viessem reforçar as respectivas populações.

Apesar de referências a anteriores judiarias então existentes em antigas vilas como Monsanto, Medelim ou Proença-a-Velha é no tempo dos cristãos-novos que Idanha-a-Nova vê impactar a presença de importantes núcleos cripto-judeus.

No entanto, é de referir a existência da rua da Judiaria em Medelim bem como a característica existência das casas balconadas desta povoação. Nos tempos da Inquisição, cerca de 200 pessoas ligadas ao município de Idanha-a-Nova foram acusadas formalmente.

Samuel Nunes (Diogo Nunes Ribeiro) (1668–1744) médico, natural desta vila foi um dos primeiros judeus a viver na América do Norte. Era tio de António Ribeiro Sanches e foi dramática a fuga de Lisboa para Londres em 1726, com a família, por causa da perseguição da Inquisição.

Como exemplo da importância que teve a diáspora portuguesa refiram-se alguns descendentes norte-americanos do Dr. Samuel Nunes; o bisneto Manuel Mordechai Noah, dramaturgo, jornalista e diplomata que se tornou no primeiro judeu nascido nos Estados Unidos a ter notoriedade nacional; o Comodoro Uriah Phillips Levy, um dos mais graduados membros da marinha americana durante a Guerra Civil.

Até ao século XV as informações sobre a comunidade judaica no concelho são escassas, apenas surgindo menções ao pagamento de im­postos por judeus ou às rendas da judiaria de Monsanto, Proença-a-Velha e Salvaterra.

Os processos da Inquisição mostram-nos uma comunidade próspera, onde o cristianismo escondia um judaísmo clandestino. As marcas cruciformes e os símbolos mágico-religiosos esculpidos nas casas constituem manifestações simbólicas exteriores de conversão ao cristianismo. Em 1631, foram arrolados para pagamento do juro do Perdão Geral mais de 75 cristãos-novos moradores em Idanha-a-Nova, Monsanto, Proença-a-Velha, Medelim, Salvaterra e Segura. A absolvição e o perdão concedidos aos confitentes rapidamente se transformavam numa longa tortura para todos. As denúncias atiraram famílias inteiras para o cárcere e para a miséria. Muitos idanhenses tentaram refazer a vida fora do país. Destaca-se a família de Diogo Nunes Ribeiro, médico e cristão-novo, nascido em Idanha-a-Nova em 1668. Acusado de judaísmo, fugiu para Londres e mudou o nome para Samuel. De lá emigrou para a América, sendo um dos fundadores da cidade de Savannah, na Geórgia.

Diogo Nunes era tio materno de Ribeiro Sanches, médico e grande intelectual. Nascido em Penamacor, era filho de Ana Nunes Ribeiro, pertencente a uma família de abastados comerciantes idanhenses. Foi denunciado por um primo e conseguiu escapar ao cárcere, exilando-se. É um vulto maior da ciência e cultura europeias do século XVIII.

 

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Raiano Cultural Center

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Seg a Sexta: 9h-13h/ 14h-17h

 

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