Rede de Judiarias de Portugal

Almeida

Almeida

O município fronteiriço de Almeida é historicamente, aquele que se revelou mais importante em toda a Península Ibérica na recepção a refugiados internacionais; aconteceu no séc. XV e mais recentemente, no séc. XX, durante a II guerra mundial. Nestes dois períodos, Vilar Formoso permitiu salvar a vida a cerca de 200.000 pessoas.

Almeida engloba actualmente outros antigos concelhos medievais como Castelo Mendo, Castelo Bom. Em 1492, foi o principal, dos 5 locais oficiais de passagem dos judeus expulsos de Espanha ( estimados aqui em 35.000 ). Muitos destes formaram um acampamento junto à zona de Vilar Formoso acabando uma parte por ficar a residir em povoações fronteiriças de Almeida.

A Judiaria da vila de Almeida está perfeitamente documentada nos arquivos da Torre do Tombo; em 1498, o conde de Abrantes passou a receber uma tença anual em virtude de ter perdido as rendas da Judiaria em virtude da" expulsão dos judeus do reino ".

Em Castelo Mendo teria também existido uma judiaria; encontrar-se-ia dentro de muralhas com casas adossadas à mesma, junto à Porta da Guarda. Junto a este local situa-se o edifício conhecido como antigo Hospital da Misericórdia. No interior, destaca-se o Hejal de Castelo Mendo, um armário que se destina a guardar a Torah nas sinagogas.

Nesta região já foram descobertos vários o que permite sustentar a tese de práticas de judaísmo secreto. Este edifício deve ser datado da segunda metade do séc. XVI, portanto já contemporâneo do fulgor dos ataques da Inquisição.

Ultimamente começaram a aparecer indícios da presença judaica em Vilar Formoso e na Malhada Sorda, local histórico de oleiros e onde a Casa do Relógio era conhecida ainda recentemente por " Esnoga ". 

 

Memorial aos Refugiados e Cônsul Aristides Sousa Mendes

 

No segundo semestre de 2017, o Museu de Vilar Formoso - Fronteira da Paz, Memorial aos Refugiados e ao Cônsul Aristides de Sousa Mendes, abrirá as suas portas. Esta iniciativa da Câmara Municipal de Almeida tem como objectivo relembrar um importante período da história mundial, cujo palco foi a fronteira portuguesa de Vilar Formoso.

  O local escolhido foi, como não podia deixar de ser, a estação de caminho-de-ferro desta localidade onde, em Junho de 1940, milhares de pessoas em fuga – a maior parte portadora de vistos emitidos, em Bordéus, por Aristides de Sousa Mendes - tiveram o seu primeiro contacto com terras portuguesas. Para tanto, a autarquia, após negociações com a IP Património, ficou com a concessão de dois antigos armazéns ferroviários.

 A adaptação destes edifícios à nova função, bem como a coordenação geral de todo o projecto de musealização, é da arquitecta Luisa Pacheco Marques. Os conteúdos museológicos são da responsabilidade da investigadora Margarida de Magalhães Ramalho.

Em termos conceptuais, o museu pretende, ao longo de 7 núcleos, relembrar, de forma por vezes sensitiva, o que levou milhares de pessoas a fugir ao nazismo, à acção de Sousa Mendes e a forma como Portugal as acolheu.

Para além de centenas de fotografias, algumas inéditas, o museu apresentará também filmes de época, objectos e testemunhos de refugiados que por aqui passaram.

A completar o percurso museológico, um bosque plantado em honra de Aristides de Sousa Mendes e um memorial com os nomes gravados em pedra daqueles que foram salvos pela acção do cônsul de Bordéus.

 

Contactos da Câmara Municipal de Almeida 

Geral: 271 570 020

Dra. Paula Sousa: 925 487 597

Galeria de Imagens

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